Flavinha Veras expressou um forte compromisso em transformar a educação e a saúde em Macau. Ela promete dar dignidade aos alunos, garantindo uma educação responsável e de excelência. Além disso, ela se compromete a fazer da saúde de Macau uma referência, implementando melhorias significativas para atender melhor a população. Sua visão é de uma gestão humanizada que prioriza o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos.
Segue a entrevista:
AF: Quais são as suas principais prioridades para os primeiros 100 dias de governo?
FV: Hoje, a gente vai melhorar a cidade, organizar as ruas, deixá-las limpas. A gente também vai focar muito na saúde, melhorar os serviços de saúde. Foi feita uma comissão para me ajudar na transição.
AF: A senhora já tem ideia, já conversou com esses membros, por exemplo, sobre a situação financeira da prefeitura? Como é que pretende lidar com os desafios financeiros do município de Macau?
FV: A gente já tem uma equipe técnica forte, muito capacitada e competente lidando com essas questões. No primeiro momento, são emitidos ofícios para solicitar essas informações no orçamento, para que os gestores atuais e a equipe técnica da gestão enviem esses ofícios para a gente. Assim, podemos continuar dando as direções do que vai ser feito, continuar dando os próximos passos, que envolvem essa questão orçamentária em um segundo momento.
AF: Quais são suas expectativas quanto ao desenvolvimento econômico de Macau durante esse primeiro ano de mandato, para tomar pé de toda a situação financeira e conhecer a prefeitura como um todo, como gestora?
FV: A gente está trabalhando ativamente para que possamos analisar e planejar 2025. A partir do dia primeiro de janeiro, teremos acesso à prefeitura para que possamos ter a liberdade de executar o que planejamos internamente e tecnicamente. Estamos pensando e planejando para que tudo aconteça dentro do que esperamos. As reuniões estão sendo feitas, e a gente tem que trabalhar desde o primeiro dia após a eleição.
AF: É natural que se gere expectativas sobre as diversas questões em uma nova gestão. Diante dos problemas que tanto se focou na campanha nas áreas da educação e saúde, esta última lidera o ranking de reclamações no município. Quais são as suas propostas para atrair profissionais especializados (médicos) para Macau e melhorar a qualidade desses serviços essenciais?
FV: Temos indicações de alguns profissionais, são profissionais de competência técnica. A gente quer pessoas boas, que tenham um bom trabalho e uma boa experiência, para que a gente tenha resolutividade na saúde. E não se preocupe, que a gente vai se esmerar para conseguir essas pessoas. Temos as parcerias, não é? Mesmo que os doutores não possam ficar sempre, teremos as escalas, né? Eles podem vir alguns dias para Macau, sempre revezando com outros médicos. Enfim, acho que a gente vai trabalhar tudo com números, né? O Ministério nos dá todas as diretrizes e necessidades dos médicos, da equipe técnica, equipe de saúde da família, e aí a gente vai seguir para deixar tudo dentro dos padrões. Vamos nos esforçar para conseguir, por exemplo, anestesistas, que é mais difícil vir de fora. Aqui, hoje em dia, não tem anestesista. Vamos nos esforçar para conseguir esse profissional. A gente vai pensar para ver o que fazer para atraí-los. Temos uma rede de contatos que nós conhecemos e que conhecem outros, e assim esperamos conseguir. Estou empenhada em transformar a saúde de Macau, garantindo que cada cidadão tenha acesso a cuidados de qualidade. Com médicos preparados e dedicados, nosso objetivo é assegurar que nunca faltem medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no hospital da cidade. Assim como na educação, faremos grandes avanços na saúde, criando um sistema eficiente e humanizado que atenda às necessidades de todos. Queremos que a saúde de Macau seja uma referência, proporcionando bem-estar e segurança para toda a população.
AF: Na educação, existe um problema que o município enfrenta ao longo de décadas, com os profissionais (professores) que estão em readaptação, mas que estão desempenhando suas atividades normais em municípios vizinhos. Como a senhora pretende resolver estes casos?
Estou determinada a transformar a educação em Macau, proporcionando um ambiente onde cada aluno se sinta valorizado e respeitado. Meu objetivo é dar aos estudantes a dignidade e a autoestima que merecem, oferecendo uma educação de excelência que os prepare para o futuro. Com dedicação e inovação, vamos construir uma base sólida que inspire confiança e orgulho em cada criança e jovem da nossa cidade. Para que tudo isto ocorra sei que será necessário contar com toda a força da estrutura educacional do município e tenho a certeza que termos dos profissionais esse compromisso de transformação, não vamos tolerar esse tipo de coisa que acontece, chamaremos todos para o trabalho e desempenhar suas funções.
FV: Desde a pré-campanha, tivemos a oportunidade de deixar a população participar de nosso plano de governo dentro do projeto "Macau Fala com Ele". Convidamos o povo para fazer suas solicitações para o plano de governo, então nosso plano de governo foi elaborado pelo povo para que tivéssemos essa participação desde já. O que queremos é isso: que o povo realmente participe, que o povo seja prestigiado e curta todas as etapas de reconstrução de Macau, para que tenhamos essa alegria de viver como uma família. Macau é uma grande família inclusiva, onde o povo realmente seja ouvido com respeito e suas necessidades não sejam negligenciadas.
AF: Como a senhora vê o papel das mulheres na política e quais conselhos daria para outras mulheres que desejam seguir carreira política?
FV: As mulheres têm conquistado espaço de poder mediante capacitação. Não é por ser mulher que você vai dar espaço a uma mulher, por exemplo, você não iria ser atendido por uma médica que não tenha título de médica, que não tenha a capacidade técnica de assumir o município. O paralelo é o mesmo: uma médica que não possua o título de médica seria um falso médico, assim como um gestor que não tem capacidade técnica e não traz a aspiração do povo para ser representante do município. O que Macau queria era que uma mulher pudesse realmente representá-los, representar a humanização, olhar para as pessoas mais vulneráveis, cuidar das mães, pacientes com necessidades especiais, cuidar das crianças, melhorar a educação, ter esse olhar na saúde, essa resolutividade. Nós realmente viemos trazer essa resposta aos anseios da população de ter essa experiência, de ter uma mulher à frente na gestão municipal. Então, para mim, eu agradeço de coração por Macau ter acreditado e me dado a oportunidade como filha do Flávio Veras, que é um gestor político também e tem toda uma orientação a dar a respeito de como melhorar Macau.
AF: A senhora pode contar um pouco mais sobre sua trajetória pessoal, como profissional dentista e, como foi isso, de seu pai, um líder político inconteste em Macau, amado por uns, odiado por outros, chegar e fazer um convite para a senhora, que não é da área política, e de repente aceitar ser candidata a prefeita? O que influenciou essa decisão de dizer sim?
FV: Painho já tinha feito esse convite a mim há muito tempo, desde 2015. Então, desde as eleições de 2014 e 2015, quando eu já tinha me formado como dentista, ele já tinha convidado a gente para participar da gestão. Porém, eu não sentia que meu momento de vida era favorável. Nesse primeiro momento, quando eu aceitei, eu também tive muitos desafios. Eu tenho filho e aí eu teria que readaptar toda a minha rotina de atenção aos meninos, que eu tenho um zelo muito grande na criação, sabe? Eu sou uma mãe presente, eu não tive babá, eu mesma dou um jeito de me organizar nos horários para cuidar dos filhos, da alimentação deles, de tudo. E a gente se vê assim como que numa missão impossível assumir mais uma tarefa, né? Mulher já tem muitas tarefas, mas já era um desejo de painho, já de um tempo, que os filhos se interessassem de alguma forma pela gestão pública. E dentre os filhos, ele via que eu tinha esse perfil de ser mais acessível, de ser mais popular, de gostar de estar em contato com as pessoas, de ser comunicativa, de ser desenrolada demais nos estudos. E painho quis me dar essa oportunidade, né? Ele confiou que eu estava à altura para um cargo, porque exige tanto, né? Para o município, é muito importante ter pessoas confiáveis e competentes que tragam desenvolvimento, que tragam a resolução das questões do município. E eu realmente aceitei, porque vi que era o momento e que Deus estava preparando, que Deus tinha um propósito. Eu estava resistindo a uma coisa que eles viam toda minha viabilidade e eu realmente não experienciei a política como a minha primeira experiência. Eu só via o lado negativo, que me trazia medo e insegurança, mas a gente tem que ter coragem de enfrentar nosso destino, nosso propósito, de estar ali à frente dessa nova história, dessa nova página. E quero realmente honrar essa oportunidade que Macau está me dando. No que depender de mim, das minhas decisões e da minha equipe técnica, que é muito boa, vocês só terão alegria e felicidade. Estava ali brincando no podcast - quem não gosta de Flavinha não é bom da cabeça ou boa gente não é, porque eu realmente sou uma pessoa muito calma, uma pessoa muito acessível, gosto muito sensível também, gosto de agir com justiça, com honestidade, com simplicidade e com muito amor, uma exigência que Jesus traz pra gente, que Jesus quer que a gente ame mesmo, que a gente faça tudo com excelência e que a gente deixe um legado de amor. Então, às vezes, até para corrigir o filho, corrigir pessoas que estão agindo mal conosco, a gente tem que corrigir com amor no sentido de ser verdadeiro e sincero para acabar uma situação. Então, uma atitude de amor que quero dizer é ter que fazer o que tem que ser feito, com essa excelência, tratar bem as pessoas, receber bem as pessoas e resolver essas questões todas que tiver de resolver.
AF: Qual o perfil de auxiliares que se deve esperar da gestão do Flavinha.
FV: Como eu disse, são pessoas competentes tecnicamente, clientes que não querem errar, pessoas que estejam dispostas a trabalhar e 100% comprometidas com esse projeto humanizador. Como falei, é uma gestão voltada a lidar humanamente, tratar as pessoas com suas demandas com o máximo de resolutividade possível, com uma assistência social forte, defendendo as mulheres e a juventude, trabalhando pela igualdade social de mulheres e jovens, trazendo empregabilidade, educação, esportes, lazer e valorizando o servidor público. A equipe técnica está empenhada em melhorar. Esse é o perfil: pessoas pró-ativas.
AF: Sua vitória foi avassaladora sobre seu adversário, mas a senhora sofreu duas derrotas em importantes distritos, que foram Barreiras e Diogo Lopes, uma verdadeira virada de mesa por parte de seu adversário. Mediante isso, o que os moradores desses distritos podem esperar do governo Flavinha?
FV: É preciso entender que, depois de eleita, agora Flavinha é prefeita de todos. Portanto, Flavinha vai ter que trabalhar por todos, né? Porque, infelizmente, algumas pessoas, por motivos outros, votaram contra nós. Eu também serei sua prefeita, assim vamos tratar todos iguais. A gestão vai trabalhar por Macau, e aí a gente quer desenvolver uma política realmente equilibrada, voltada para fazer o bem e que venha trazer luz para a política, evoluir, trazer conhecimento. Não é porque eu sou filha de Flávio Veras que eu vim para cumprir essa missão e, claro, não para fazer um projeto familiar, mas para fazer algo tecnicamente com excelência e trazer um trabalho sério para cá, resgatando Macau dessas pessoas que estavam aqui administrando e que não estavam trazendo uma gestão satisfatória. Esse é o nosso projeto, um projeto de resgate do município, de fazer uma gestão de excelência.
AF:A senhora, em discursos de campanha, frisava que sua equipe terá que atender a um perfil técnico. A senhora já tem em mente esse corpo de auxiliares e também já vem mantendo alguns contatos com nomes para sua equipe de governo? A equipe de transição já é formada por alguns desses nomes?
FV: A gente tem a equipe técnica que está tratando disso, das indicações, mas com certeza vamos indicar pessoas que vão agregar à gestão. Nenhuma pessoa que esteja fora do perfil, fora do padrão, aquelas que o povo já não quer mais. Tem muita gente perguntando se eu vou chamar a mulher de Túlio, mas isso não aconteceu. Ficam essas especulações de nomes por parte da oposição. Nós vamos levar para a gestão gente muito boa, que quer trabalhar para honrar. Então, a gente não indicou porque ainda não é a fase, tá certo? A gente tem a equipe técnica que...
FA: Sobre especulações de nomes: nas redes sociais e nas ruas, fala-se que nomes conhecidos do governo atual, mais precisamente ligados à saúde, podem continuar em seu governo ocupando cargos chave, sendo exigências de acordo político para composição da câmara. Procede isso?
FV: Não. Vai ser mudado todo o pessoal. Para o governo, não temos ainda esse credenciamento das pessoas, mas não vamos trabalhar com essas pessoas que estão especulando nas redes sociais, no WhatsApp, nas correntes de informações. A gente nem tem ainda essa nominata fechada. Estamos realmente confiando nas pessoas tecnicamente capazes de fazer isso, esse estudo. Não vai ser ninguém por favorecimento político, de forma irracional. Serão pessoas com experiência, competentes tecnicamente, dispostas a ter uma gestão, como eu te falei, humana, respeitosa e amiga do povo, ser a serva do povo e não uma gestão elitista, uma gestão excludente. Isso a gente não discutirá. Então, se existem pessoas assim, com esse perfil, a gente não aceita que façam parte. Agora, se meu pai se encontra ou foi comer com alguma pessoa, quem vê acha que já está se formando uma conjectura ali, um trabalho político, mas não. Meu pai, durante a campanha, falava com aquele homem, a gente coincidia de estar se alimentando no mesmo lugar, no mesmo restaurante. Isso acaba que as pessoas tiravam fotos e faziam suposições, mas não é isso.
AF: Preparada para assumir a prefeitura de Macau?
FV: Se Deus quiser, estamos sim. Temos toda uma estrutura de pessoas nos dando suporte. Estou grata, como foi na campanha, que Macau mesmo me deu essa alegria de estar comigo, de me dar força e me eleger. O povo de Macau me recebeu muito bem e eu só tenho a agradecer os quase 11 mil votos que as pessoas confiaram e acreditaram em nós. São 11 mil pessoas que estão querendo que traga melhorias.
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