Senival Moura (PT) disse que é inocente. Polícia prendeu duas pessoas em operação nesta quinta (9) e apreendeu treze ônibus da Transunião.
O vereador Senival Moura (PT) é investigado por suspeita de envolvimento na morte de um ex-diretor da empresa de ônibus Transunião, que possui contrato com a Prefeitura de São Paulo para operar 50 linhas na capital. O parlamentar nega a acusação.
Nesta quinta-feira (9), a Polícia Civil fez uma operação contra responsáveis da companhia. Eles são suspeitos de homicídio, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Treze ônibus da Transunião foram apreendidos na tarde desta quinta e levados pra sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
O ponto de partida da investigação foi a morte Adauto Soares Jorge, ex-diretor financeiro da Transunião. O crime aconteceu no estacionamento de uma padaria no bairro do Lajeado, na Zona Leste, em março de 2020.
A apuração dos policiais indica que Adauto seria "testa de ferro" do vereador Senival Moura na direção da empresa, que seria utilizada para a lavagem de dinheiro de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Nesta quinta, policiais prenderam o principal suspeito do assassinato. Jair Ramos de Freitas, conhecido como "Cachorrão", que foi apontado pela polícia como o autor dos disparos.
No dia do crime, a vítima foi levada por Devanil Souza Nascimento, conhecido como "Sapo" - motorista do vereador - para a padaria. Denival Sousa Nascimento também foi preso.
Os investigadores afirmam que a ordem para matar o ex-diretor partiu de membros do PCC, porque Adauto não estaria fazendo o repasse de valores para os membros da facção.
O delegado responsável pelo inquérito diz que foi o vereador Senival Moura quem colocou Adauto Soares Jorge como diretor da Transunião. E que, juntos, eles decidiram parar de repassar dinheiro à facção.
Em nota, o vereador Senival Moura (PT) disse que foi surpreendido pela ação da polícia. Afirmou ainda que não tem envolvimento com as ações, e que está à disposição da Justiça. Procurada, a Câmara Municipal de São Paulo disse que "aguarda mais informações sobre o caso".
A defesa de Jair Ramos de Freitas disse que ele é inocente e que vai cumprir os 30 dias da prisão temporária para esclarecer qualquer dúvida.
Empresas investigadas
Esta é a segunda empresa de ônibus com contrato com a Prefeitura de São Paulo a virar alvo de investigações no último mês.
A outra companhia é a Upbus, que está no centro de uma das maiores investigações do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) por suspeita de ser comandada por uma facção criminosa.
As duas empresas, Upbus e Transunião, são responsáveis por três lotes do transporte público da capital.
A Transunião opera dois lotes. Em um deles, são 40 linhas entre São Miguel Paulista e Itaim Paulista, que transportam uma média de 6,7 milhões de passageiros por mês. O segundo lote tem 10 linhas entre a Vila Prudente e São Mateus, com média de quase um milhão de passageiros todo mês.
Já a Upbus é a responsável pelo sistema que vai do Tatuapé até São Miguel Paulita. São 13 linhas de ônibus que transportam, em média, de mais de um 1,6 milhão de passageiros por mês.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que pode quebrar os contratos com as empresas, caso as irregularidades sejam comprovadas.
"Existe uma investigação. Evidentemente, se essas empresas estavam utilizando da concessão do contrato com a Prefeitura de São Paulo, utilizar disso pra poder fazer lavagem de dinheiro, isso, obviamente, se lá comprovado, será motivo de quebra de contrato. Não vamos admitir nenhuma atividade ilícita", afirmou nesta tarde.
de G1
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