O presidente Jair Bolsonaro (PL) está completamente entregue ao Centrão, que ganha cada vez mais força no atual governo. Levantamento feito pelo jornal O Globo mostra que os três principais partidos do bloco — PP, PL e Republicanos - comandam pelo menos 32 postos-chave na administração federal e, com isso, têm o controle de mais de R$ 149,6 bilhões.
Deputados e senadores dessas legendas também foram beneficiados com ao menos R$ 901 milhões do orçamento secreto.
Para efeito de comparação, a verba nas mãos do Centrão é maior que o orçamento total estimado para 2022 dos ministérios da Defesa (R$ 116,3 bilhões) e da Educação (R$ 137 bilhões). O Ministério da Saúde tem um pouco mais: R$ 160 bilhões.
Segundo o cientista político Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas, desde os tempos da redemocratização "não há precedentes (de um cenário como este). Não tenho memória do governo Lula, Dilma ou Fernando Henrique fazerem isso com recursos orçamentários com tanta explicite e em um volume tão significativo".
É significativo que um governo como o de Bolsonaro, controlado pelos partidos do Centrão, tenha na Casa Civil um representante deste grupo. O ministro Ciro Nogueira era presidente do PP e foi nomeado para o cargo em um aceno de Bolsonaro ao grupo, para que este lhe desse sustentação em tempos de crise política.
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