Começou ontem, (6) o festival de Cannes, na França. Uma das maiores e mais prestigiadas mostras de cinema do mundo tem como presidente do júri, neste ano, o diretor norte-americano Spike Lee. Lee é reconhecido por seu cinema de composições esteticamente marcantes e roteiros combativos que denunciam, especialmente, o racismo. Polêmico, o diretor abriu o dia com falas duras sobre questões políticas e raciais no cinema e em todo o mundo.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, entrou nas críticas do diretor de filmes aclamados como Faça a Coisa Certa (1989) e Infiltrado na Klan (2018). “O mundo está sendo governado por gângsteres. O Agente Laranja (referindo-se ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump), o cara do Brasil (Bolsonaro) e Putin. São gângsteres e vão fazer o que quiserem”, disparou. Aos 64 anos, Lee é o primeiro afro-americano a presidir o júri do festival.
A questão do racismo das polícias também esteve presente na declaração do cineasta. Ele lamentou que o cenário de relações raciais conflitantes e de brutalidade das forças de segurança não mudaram desde Faça a Coisa Certa.
Pela primeira vez em 74 anos de história, o juri oficial de Cannes é formado majoritariamente por mulheres. Elas são cinco, frente a quatro homens. Entre eles, destaque para o brasileiro Kleber Mendonça Filho. O cineasta recifense, assim como Lee, é um vencedor no festival. Em 2019, seu filme Bacurau ganhou o Grande Prêmio do Juri. Naquele ano, o prêmio máximo, a Palma de Ouro, ficou com o sul-coreano Parasita, do diretor Bong Joon-ho. Os dois filmes trouxeram às telas do mundo fortes críticas sociais relacionadas às crueldades e violações impostas pelo imperialismo e pelo capitalismo.
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