“Nós nunca tivemos de fato um poder civil controlando poder militar”, disse Evangelista. Para ele, o poder militar ficou momentaneamente quieto nos quartéis, aparentando uma atitude profissional, de um exército de forças armadas profissionais, mas, a partir do momento em que alguns interesses começaram a ser atingidos, o “Partido Militar” voltou a se articular e hoje banca a candidatura de Bolsonaro. “Aliás Bolsonaro não foi um raio em dia de céu azul, foi lançado pelo Partido Militar logo depois 2014”.
Na avaliação do cientista social, o alto comando está referendando a ocupação do Estado brasileiro por militares. “São mais de seis mil militares e todos, inclusive, obedecendo a hierarquia das corporações militares”. Além do “Partido Militar, você tem um partido fardado, que são os aliados das Polícias Militares, dos Bombeiros, da Polícia Federal”. Ou seja, “você tem uma militarização do governo que ameaça o respeito ao calendário eleitoral”.
O professor avalia que as instituições do Estado brasileiro não estão funcionando. “Essas manifestações dos militares são indicadoras de que as instituições não estão funcionando”. Portanto, para Evangelista, o que está em jogo é a defesa da democracia e não uma defesa da esquerda. “O que está em risco agora, no Brasil, é a Democracia. E a sociedade precisa reagir mais enfaticamente em defesa da democracia e do respeito às regras da democracia eleitoral”.
João Evangelista também falou sobre os fatores que levam a um movimento cumulativo de perda de popularidade e desconstrução da imagem pública de Bolsonaro. Confira a entrevista na íntegra.
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