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Araújo, Pazuello e ‘capitã cloroquina’ podem consolidar fatos contra Bolsonaro, na CPI da Covid

Ernesto Araújo, general Pazuello e "capitã cloroquina" ameaçam mais ainda o sossego de Bolsonaro
 

A agenda da CPI da Covid desta semana promete causar estragos ao governo de Jair Bolsonaro. Nesta terça (18) a comissãoouve o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Na quarta (19), será a vez do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na quinta (20), a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. “A expectativa é de consolidar o que vem sendo revelado”, diz o senador Rogério Carvalho (PT-SE). Para ele, em resumo, as diversas condutas, medidas e omissões de Bolsonaro e seu governo que concorreram para a tese de “largar a população à própria sorte” diante da pandemia. Eles trabalharam, agiram e falaram contra o uso de máscaras, as vacinas, e fizeram propaganda da cloroquina. Os depoentes desta semana, “diante dos fatos já revelados, não têm o que dizer, os fatos depõem contra eles”, diz o parlamentar.

Na opinião de Carvalho, Araújo deverá explicar seu “ideologismo, o debate e o trabalho voltado a dificultar a aquisição das vacinas da China e da Rússia, e todo o preconceito ideológico que atrapalhou o país nas relações externas”, diz. “Tem um vasto material contra ele.”

Pazuello tem a favor de si um habeas corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitindo que o general fique em silêncio ao depor à CPI da Covid. Porém, ele deverá falar sobre “tudo o que souber ou tiver ciência” sobre “fatos e condutas relativas a terceiros”, de acordo com a decisão do ministro. “Com a decisão do Supremo, ele tenta se proteger em relação àquilo que foi mandado fazer. Mas, se tem um mandante (Bolsonaro) e um executor (o ex-ministro), os dois são responsáveis. E o Pazuello não disse que tem quem manda e quem obedece?”, ironiza o petista.

Em 22 de outubro de 2020, ao ser desautorizado após anunciar que o Ministério da Saúde compraria 46 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac, em um vídeo ao vivo ao lado de Bolsonaro, Pazuello afirmou: “é simples assim: um manda, o outro obedece”.

Confira a agenda da CPI até o fim de maio.

18 de maio – Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;

19 de maio – Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;

20 de maio – Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde;

25 de maio – Nísia Trindade, presidente da Fiocruz;

26 de maio –  Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan;

27 de maio – Castro Marques, presidente da União Química, empresa que quer produzir a Sputnik V no Brasil.

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