A expectativa é que Jair Bolsonaro sancione a peça com vetos. Caso se confirme essa solução, considerada a mais provável, será uma derrota para Guedes, que defendeu veto integral
Em meio ao imbróglio do Orçamento 2021, duas coisas ficam claras: o enfraquecimento do outrora superministro Paulo Guedes e a dependência cada vez maior de Jair Bolsonaro do Centrão. Com três meses de atraso, o Orçamento deste ano foi votado em março na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no Plenário. Dias depois, um grupo de deputados pediu um parecer ao Tribunal de Contas de União (TCU) devido ao corte de despesas obrigatórias para acomodar quase R$ 30 bilhões em emendas. Com isso, na prática, o serviço público pode ser paralisado para cumprir o teto de gastos.
A expectativa, agora, é que o presidente Jair Bolsonaro sancione a peça com vetos. Caso se confirme essa solução, considerada a mais provável, será uma derrota para Guedes, que defendeu o veto integral. O ministro e outros liberais no governo têm perdido mais e mais espaço e credibilidade com gestos de Bolsonaro visando a reeleição ou agradar aos novos aliados do Centrão.
Segundo o economista, será interessante observar quais trechos do orçamento Bolsonaro vai vetar e como articulará isso com sua base no Congresso. O mais provável é que tudo seja combinado previamente, ainda mais agora que o Centrão tem uma representante dentro do Palácio do Planalto, a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), agora ministra-chefe da Secretaria de Governo. Mesmo assim, avalia Kliass, isso não isentará Bolsonaro do custo político de cortar algumas emendas.
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