O governo federal anunciou nesta segunda (19) que conseguiu comprovar a eficácia do vermífugo nitazoxanida em reduzir a carga viral do coronavírus. O Planalto, entretanto, não divulgou os dados que ratificam a descoberta, disse que o estudo não pode ser divulgado porque será publicado em meio especializado futuramente.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, foram testadas 2.000 substâncias para saber se alguma era eficaz contra o novo vírus. Dessas, segundo a pasta, 5 se mostraram promissoras, e nitazoxanida foi a melhor. O remédio funcionaria em tratamento precoce.
Mesmo sem mostrar como chegou ao resultado, o Planalto organizou 1 evento para anunciar a descoberta. A cerimônia teve a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro. Entre as pessoas em destaque, apenas as mulheres usavam máscaras.
Patricia Rocco, médica, pesquisadora e membro da Academia Nacional de Medicina e Academia Brasileira de Ciências, realizou o estudo clínico com pacientes do Estado de São Paulo, Minas Gerais e do Distrito Federal.
Ela espera que o resultado da pesquisa produza efeitos em 3 aspectos: tratamento precoce até a chegada da vacina, redução da carga viral e alternativa a remédios antivirais mais caros, com mais efeitos colaterais e que requerem a internação.
“Com a nitazonaxanida temos uma medicação que possui poucas reações adversas, é utilizada via oral e o custo é reduzido”, disse.
A cientista afirmou que o resultado foi divulgado antes mesmo da publicação oficial porque as outras opções de tratamento são caras, arriscadas ou pouco eficazes. Ela citou como exemplo inclusive a hidroxicloroquina defendida desde o começo da pandemia por Bolsonaro.
Segundo ela, pela mudança que pode representar no tratamento precoce seria mais danoso esperar mais meses para que o estudo fosse analisado pela comunidade científica e a efetiva publicação.
O ministro Marcos Pontes, afirmou que, por mais que o remédio seja eficaz em reduzir a carga viral, o uso profilático –para prevenção– não é recomendado. Ele diz que o tratamento precoce só funciona em pacientes que já estão contaminados.
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