É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada na manhã desta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor nível de ocupação desde o início do levantamento, em 2012. Ainda, segundo o IBGE, o número apresenta uma queda de cinco pontos percentuais em relação ao trimestre encerrado em fevereiro.
O mercado de trabalho mostrou nos três meses até maio perda de vagas generalizadas, como consequência das medidas de paralisação para contenção do coronavírus, com comércios e indústrias sendo mantidos fechados e as pessoas em isolamento social.
Ainda, de acordo com o levantamento, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,9% no trimestre encerrado em maio, ante 11,6% até fevereiro. Dessa forma, o contingente de desempregados no Brasil entre março e maio atingiu 12,710 milhões, de 12,343 milhões entre dezembro e fevereiro e 12,984 milhões no mesmo período do ano passado.
Isso significa mais 368 mil pessoas à procura de trabalho em relação no trimestre até maio em relação aos três meses anteriores período anterior.
O impacto da pandemia mostrou toda sua força com perdas tanto entre os trabalhadores com carteira assinada quanto entre os informais. No trimestre até maio, os que tinham carteira assinada no setor privado eram 31,103 milhões, de 33,624 milhões entre dezembro e fevereiro, atingindo o menor nível da série.
Um total de 9,218 milhões de pessoas trabalhavam sem carteira assinada no período, contra 11,644 milhões no trimestre imediatamente anterior.
Já o número de trabalhadores domésticos recuou a 5,074 milhões de pessoas, o que corresponde a 1,170 milhão de trabalhadores a menos no mercado de trabalho.
Assim, o contingente na força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) chegou a 98,646 milhões de pessoas, uma queda de 7,406 milhões, ou 7%, em relação ao trimestre encerrado em fevereiro.
"O crescimento da população fora da força indica que as pessoas estão interrompendo a busca de trabalho por conta do distanciamento social. Para as pessoas lá na frente saírem da inatividade para conseguirem uma ocupação vai depender do desempenho da economia", completou Beringuy.
Nos três meses até maio, o rendimento médio do trabalhador chegou a 2.460 reais, maior nível desde o início da série, de 2.374 reais até fevereiro. Mas, segundo o IBGE, esse aumento se deve à redução no número de trabalhadores informais, grupo que geralmente ganha remunerações menores.
Na segunda-feira, o Ministério da Economia informou que o Brasil fechou 331.901 vagas formais de trabalho em maio, pior desempenho para o mês da série iniciada em 2010, mas numa melhora em relação à performance fortemente negativa de abril.
A pesquisa Focus mais recente do BC mostra que a expectativa do mercado é retração de 6,54% para a economia este ano, indo a um crescimento de 3,50% em 2021.
*Com Reuters
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